sexta-feira, 8 de abril de 2011

Na teoria é mole!!!

Quando Heitor nascer vou criá-lo na base do diálogo, mostrar sempre todos os lados da moeda e deixar que ele faça suas escolhas...
Ele vai conhecer nossa religião, nossos conceitos de vida, nossas preferências, mas vou tentar com o tempo falar sobre cada uma, não só do meu ponto de vista, mas de uma forma imparcial...qdo tiver  idade e maturidade pra entender vai saber se identificar e assim fazer suas próprias escolhas.
Sobre futebol (sim, aqui em casa isso é assunto de pauta e pasmem, eu é q fico na frente da tv torcendo)
Vou mostrar quais existem, qual mamãe torce, papai torce, vovô etc. Ele vai ser livre p escolher o que ele se identificar e blábláblá...
Por mim, ele só vai colocar roupinha de time qdo for grandinho, pq somos de times diferentes e tal...
1 ano e 3 meses depois...
Amor, encomendei um presente pro Heitor.
É, legal!!! Eba!!! O que é?
Um uniforme oficial.
(engasgo)
Como?(na esperança de não ser o que estou pensando)
Sim, o uniforme do Flamengo, com o nome dele e tudo.
(pausa, respira, pausa, respira...)COMO ASSIM???????
Sim, ele não ganhou uns 3 do Botafogo e usa normalmente?Então, como o que combinamos sobre ser imparcial furou, acho q vai ser legal ele Tb usar o uniforme do time do coração do papai!
Sei, mas vc nem gosta de futebol assim, amor...poxa, parece que vc está fazendo só pra me contrariar.
(eu, segurando a histeria)VC NÃO ENTENDE! Minha família toooooda é botafoguense AND anti flamenguista, não to preparada p vestir meu filho de urubuzinho e sair por aí...Olha minha situação, e meu pai tem um troço, Leandro, um troço heim!
Cíntia, a gente tem que ver isso aí! Afinal, a gente vai impor as escolhas do Heitor ou vai dar a ele opção de ser ele mesmo?
E agora, eu, na angústia que tomou conta do meu ser, com uma bobagem dessa p maioria das pessoas normais, venho aqui, desabafar, espernear. Não consigo realizar a cena na minha cabeça, enfim...O papai Tb tem direito, sim!Mesmo não sendo fanático como a mamãe e sua família de loucos pelo Botafogo, meu Deus, o menino já até ta aprendendo a chamar “FOOOGOUU” tão lindo ele falando, gente, eu já tinha até programado mentalmente com 5 anos fazer aquela festinha q todos nós aqui em casa temos todo ano, nem precisava comprar nada, pq já temos tudinho...troféu, bandeira, todo mundo com suas camisas alvinegras...Ah, é claro q democraticamente, claro...Ele já gosta do time, não por imposição, claro que não...(vcs não estou duvidando de mim não, NE?!)
É...Não precisou de muito tempo pra cair minha ficha de algumas coisas que a gente fala, fala, apregoa  - como se fosse tão fácil – que vai criar assim, assado. NA TEORIA, é tudo tão mais fácil...Lembro que antes de ter filho eu via Super Nanny e pensava “gente, não sei de onde sai tanta mãe louca nesse programa, se fosse eu tirava essa pirraça em 2 tempos” ,na gravidez eu lia livros sobre criação e achava que era receita de bolo, moleza!Como acabar com as birras, li como se nem fosse chegar a passar por isso,eu dizia (e ainda digo) q meu filho tem q me conhecer pela olhada fulminante,  até que me deparei esse ano no niver do meu pai com um bebê enfurecido subindo na mesa do restaurante gritando “tatáta” e querendo todas as batatas fritas dos pratos.EU MORRI DE VERGONHAAA! Queria um buraco p sumir...Ahhh fases!
Com isso, divido com vcs uma simples reflexão, sobre coisas que parecem ser fáceis de viver, simples de explicar, de ensinar, que nós, que não queremos pregar intolerância religiosa aos nossos filhos, preconceito, discriminação, e tantos sentimentos pequenos por aí (e q às vezes nos rondam também) mas com uma atitude boba, que muitas vezes parece engraçada até, sem maldade, não tendo intenção de ferir ninguém, ensinamos mais a nossos filhos com nossas atitudes  do que com mil palavras...

Prometo que vou me esforçar pra SER na prática o que muitas vezes só sou em palavras...
É Cíntia, você tem muito que aprender... 

Beijo p vc q leu até aqui e nem entendeu q raio de assunto "futebolístico" é esse aqui em meio a tanta coisa legal, educativa e etc q tantos blogs oferecem,ó  foi um surto testosterônico e já volto p falar de coisas normais rs, mas foi de coração!
                                                     

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Publicidade que NÃO me sorri

Junto com as palavras mãe/bebê parece q tem um anexo “consumidor potencial”, e lá estão nossos emails abarrotados de span’s de lojas de roupinhas, brinquedos,fraldinhas, e zilhões de apetrechos com frases do tipo “mamãe que ama seu bebê usa”.
Li recentemente um livro maravilhoso A Publicidade é um cadáver que nos sorri” do Oliviero Toscani, aquele fotógrafo que mudou a cara das campanhas publicitárias da Benetton, lembra daquela campanha United Colors of Benetton? (se não, digita no Google images e viaje nas fotos, vale a pena conhecer!). Ele colocou o mundo da moda de cabeça pra baixo quando dispensou as pálidas e anoréxicas modelos e passou usar imagens que provocavam a sociedade. Suas peças ilustravam a guerra, a AIDS, as diferenças raciais,o sexo  e isso instigou sérias discussões e revolta por muitos países, que chegaram ao ponto de proibir a veiculação. Já no primeiro capítulo chamado de Aleluia! O Neném faz Xixi Azulzinho!” ele relata o fantasioso mundo asséptico da publicidade infantil, bebês de bumbum gordinho, branquinho, com cores pastéis vendendo uma idéia surreal de felicidade sem cheiro de cocô, até seus xixis eram azulzinhos!
Eu vou contar uma coisa, queria muito ter uma profissão p me orgulhar, mas tô nessa pra questionar!Desde que me apresentaram o que ela era eu já sabia que minha praia era ser "do contra", como pode? Kkk Claro que tem muita coisa bacana, mas tenho pensado: que tipo de “consumidorzinho” estou colocando na sociedade? Em um mundo onde o TER se sobrepõe ao SER, o consumo à cidadania, o título do livro é seguro ao afirmar que a publicidade é um cadáver, pois apesar de vender essas idéias, ela já está há muito morta, morta em termos criativos e morais.
Desde a gravidez nós já somos alvo facinho, facinho...se a gente parar aqui pra fazer uma listinha das coisinhas meigas, fofas e...INÚTEIS q a gente compra e só dpois se dá conta que foi $ jogado no lixo vai faltar espaço...Isso pensando nas pseudoÚTEIS pq nem vamos falar das FÚTEIS, né gente??? Claro que adoro umas coisinhas bacanas, quero meu filho sempre lindo e cheio de estilo e não me privo de umas pecinhas de marcas legais, mas sem abrir mão dos pijaminhas feitos pela biza. O desequilíbrio que cito aqui é  aquela necessidade exagerada de TER tudo, deixando que o comércio dite o que é ou não necessário pro filho que é NOSSO e não deles.
Vamos combinar? Uma geração tecnologicamente robótica tem suas vantagens e não quero privar meu filho disso visto que já sabe direitinho como destruir um celular, um note, Tb gosto de jogos e um Playstation não é um “demonho” como muitos dizem, mas incentivar o uso dessa tecnologia sem regras e sem freios, não. Não saber equilibrar o uso delas tem levado muitos pais a procurarem psicólogos por conta da reclusão social dos filhos – que aprendem desde muito cedo as facilidades de ser virtual, do estereótipo e mal sabem se expressar na vida real.
Quero q aprenda a ser individual, ser autêntico, que se divirta com a moda sem depender dela pra se “incluir” na galera dele.Quero que saiba que o “diferente” não é um defeito, e que mesmo que nas propagandas da TV não mostre essas diferenças, ele vai encontrá-las por toda vida, e que não precisa fazer cara de espanto qdo ver alguém deficiente (como seu bizo), já que eles só aparecem nos comerciais em campanhas institucionais (p cumprir tabela).Quero levá-lo um dia à Disney,mas que ele não volte deslumbrado e esnobe achando que o país dele é uma porcaria, não quero que ele tenha esse comportamento que, infelizmente, nosso povo AINDA tem, de lamber as botas dos gringos e achar que tudo que é estrangeiro que chega aqui merece capa de revista. Quero também que ele saiba apreciar a beleza de uma mulher, da gordinha, baixinha, da alta, preta, branca, oriental, e não seja mais um babaca que procura bombadas de voz grossa pra desfilar achando que é o tal.

Na minha opinião, uma forma prática de me proteger e tb minha cria é deixar o lado emocional no último lugar e fazer algumas perguntinhas básicas antes de sair fazendo #alakadascomprasinfantis como: “é útil?” “ele vai usar 5 minutos e vai esquecer q isso existe?” “eu tenho $ p comprar ou to fazendo só p agradar?” e assim, comprar ou não isso ou aquilo.

Acredito na publicidade que vai além do comprar por comprar, acredito no consumo consciente que tem mudado conceitos e colocado no mercado tantas opções legais, brexós com muitas coisas que podem ser reutilizadas pq ainda estão novinhas, acredito que no mesmo baú podem habitar harmonicamente Fisher Price’s e carrinhos de madeira, e que um super herói pode ser legal sem que tenha q estampar desde a cama, as roupas, acessórios, até a cueca –tudosimultaneamente – não quero que ele vire cópia...Pq ele é ÚNICO.
UTOPIA? Não sei, mas diga aí o q vc acha que estou no segundo post e tenho ainda muuuuita coisa pra aprender com vocês!
Agradeço ao Toscani, que me mostrou que fazer publicidade é ir além de vender jeans e pullôveres: